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terça-feira, 17 de outubro de 2017

GRUPAMENTO TÁTICO DE MOTOCICLISTAS DA PMERJ-GTM

      O GTM é uma Unidade Operacional Especial da Polícia Militar do Estado do Rio da Janeiro, e faz parte do Batalhão de Polícia de Choque.Foi criado em abril de 2002, para fazer policiamento com o uso de motocicletas. 

As motos

      As motocicletas são muito importantes no policiamento ostensivo. Pela maior versatilidade e mobilidade, são capazes de chegar com rapidez nos locais onde os carros, presos no congestionamento, não conseguem atingir. E têm mais agilidade para inibir ações praticadas por criminosos pilotando motos.


     No passado o GTM utilizou as motos NX 4 Falcon da Honda (400 cc) CB 600 F Hornet Honda (600 cc) e atualmente realiza suas operações com as Harley Davidson Road King Police (1690 cc),  XT (660 cc), XJ6 (600 cc) da YAMAHA,além de uma Honda TRANSALP (700 cc) (ainda em teste)

 

 

Cursos

     O GTM realiza dois cursos, o CFOMES (Curso de Formação de Motociclistas de Escolta e Segurança) e o CATEM (Curso de Ações Táticas em Moto patrulhamento).

O CFOMES tem como característica principal dotar o policial militar de conhecimentos relativos a escolta (de presos, de eventos desportivos, de valores e principalmente de autoridades) sendo muito exigido no curso a habilidade com a motocicleta o racíocinio rápido para resolução de problemas, além do conhecimento de itinerários, características essencias de um BATEDOR (motociclista de escolta).

O CATEM voltado para o moto patrulhamento tem como missão principal passar ao policial militar a técnica de patrulhamento em grupo com garupa (3 motocicletas com 4 componentes) além de outras instruções como a de técnica de pilotagem off road, habilitando o aluno a andar em qualquer tipo de terreno. Essa técnica de moto patrulhamento com garupa já é utilizada em diversos estados da federação.

Missões

       O GTM atualmente age em 3 frentes distintas, todas ligadas ao motopatrulhamento e a escolta.

O patrulhamento no GTM é  responsabilidade do GETEM (Grupo Especial Tático em Motopatrulhamento) podendo somente fazer parte desse grupo os policiais que possuem o CATEM.
Realiza o patrulhamento composto de 3 motocicletas e 4 motociclistas, tendo uma moto com um policial na garupa, portanto fuzil, responsável pela segurança da equipe. 
O GETEM atua no patrulhamento com motosYamaha modelo XT 660 cc.

A escolta de valores da Casa da Moeda do Brasil é uma missão histórica, desenvolvida pelo Batalhão de Polícia de Choque à décadas, com uma tropa altamente especializada e experiente e também ultiliza as Yamahas XT 660 cc.

O pelotão de escolta faz a escolta de autoridades, também conhecida como “escolta de dignitários”. Essa missão é executada quase que diariamente devido o Rio de Janeiro ser uma cidade no qual a maioria das autoridades estrangeiras quando chegam ao país, desejam visitar.
Realiza missões de escolta de presidentes, chefes de governo, primeiros ministros, diplomatas, delegações estrangeiras em visita oficial e personalidades e para estas missões são ultilizadas as Harley Davidson Road King Police (1690 cc),Yamaha XJ6 (600 cc) e em teste a Honda Transalp (700 cc).

A ORIGEM DO MOTOCICLISTA MILITAR AEROTERRESTRE.

                     Em 29 Jul 81, a proposta para ativação do 1º Esquadrão de Cavalaria Pára-quedista foi assinada e remetida ao EME. Depois de analisada e aprovada, a Unidade foi criada através da Port nº 077 EME-Res, de 21 Dez 81, possuindo motocicletas em seu QDM desde a sua criação.
                     Em 1982, o Esquadrão já realizava testes com motocicletas a fim de determinar o material mais apropriado para as atividades aeroterrestres. Em matéria publicada no jornal O Globo, de 01 Ago 82, o novo veículo de combate da Brigada de Infantaria Pára-quedista, uma motocicleta de 125 cc, era duramente testada em pistas de motocross.
                     Neste mesmo ano, Of e Sgt possuidores do curso de Mestre de Salto, iniciaram os testes na Área de Estágios a fim de realizar o lançamento do novo material. Os primeiros lançamentos ocorreram ainda no ano de 1982 e a partir daí, as técnicas de preparação e lançamento sofreram alguns aperfeiçoamentos.
(Lançamento de uma motocicleta do Esqd na ZL de Afonsos )
                      Depois de vários testes, com realização de lançamentos em operações nos mais diversos rincões do Brasil, a motocicleta YAMAHA DT 200R foi escolhida para equipar o Esquadrão. Em 1995, a Unidade recebeu 12 (doze) motocicletas que passaram a mobiliar os dois Pelotões de Cavalaria Pára-quedista.
                      O emprego da Cavalaria Pára-quedista tanto em missões aeroterrestres como em missões de GLO, passou a ser distinguido pela utilização de suas motocicletas que constituem o Grupo de Exploradores do Pel C Pqdt.
                      Nas apresentações da FT SANTOS DUMONT, o Esqd sempre foi objeto da curiosidade de diversas comitivas estrangeiras, sendo alvo de muitos questionamentos e elogios ao pacote AM-1, idealizado e montado para o lançamento das motocicletas individualmente.

 
(Motocicleta do Esqd preparada para o lançamento em uma FT Santos Dumont)   
                      A doutrina do emprego de motos em operações aeroterrestres e nas operações de cavalaria tem sido desenvolvida através dos anos pelos integrantes do Esqd, que montaram um Programa Padrão para balizar a instrução dos motociclistas militares aqui formados.
                      Alguns militares da Unidade realizaram cursos em OM que utilizam motos, a fim de trocar experiências e adquirir novos conhecimentos. Foram realizados cursos e estágios nas seguintes OM: Curso de Motociclista Militar de Combate da 12ª Bda Inf L (Amv) e Estágio de Motociclista Militar (BATEDOR) no 1º BG.

(Estágio de Motociclista Militar de Combate no ano de 1999 em Lorena -SP)  
                      O Esqd ministra o estágio interno para Of e Sgt recém chegados, possuidores da habilitação nacional de trânsito Cat A, para que os mesmos possam ter condições de desempenhar as funções de instrutores e monitores dos Cb e Sd que serão qualificados motociclistas militares. Em contrapartida, nas OM de Polícia e de Guarda, assim como na Bda Aeromóvel, cuja criação é bem mais recente que a de nossa Grande Unidade e desta OM, funcionam Estágios de Motociclistas Militares autorizados pelos respectivos C Mil A.
                      Em função do exposto, o 1º Esqd C Pqdt, com o objetivo de aprimorar o estágio interno que já vinha sendo feito nesta OM, seguindo as orientações contidas nas Normas para Elaboração e Revisão de Currículos (NERC), confeccionou um Programa de Estágio para que o mesmo fosse autorizado a funcionar na modalidade de Estágio de Área, sem ônus para o CML, valorizando desta forma particularmente nossos Oficias e Sargentos, bem como os de outras OM Pqdt e de Op Esp que possuem motos em seus QDM (36º Pel PE Pqdt, 21ª Bia A AAe Pqdt e CIOpEsp).
                     Os oficiais e sargentos participantes do estágio são selecionados, priorizando-se aqueles que desempenham as funções de instrutores e monitores na qualificação dos cabos e soldados motociclistas, havendo a possibilidade de oferecer vagas para outras OM pára-quedistas que possuam motocicletas em seus QDM.
                     Após ter sido aprovada a referida proposta, em 2005 foi realizado um estágio piloto, adaptando-se o estágio interno que já é realizado anualmente na OM.
No prosseguimento, como previsto na proposta de inclusão do estágio no PGI da Bda Inf Pqdt, o estágio é realizado em duas oportunidades, uma em cada semestre.

(Estágio de Motociclista Militar Aeroterrestre 2005)
     
“Do cavalo ao avião para cumprir qualquer missão!”
     
                        BRASIL ACIMA DE TUDO!

MOTOCICLISTA MILITAR DE COMBATE

            Com a entrada de homens da Brigada de Infantaria Para-quedista como principais integrantes da Força de Pacificação que atua nos Complexos do Alemão e da Penha, surgiu a demanda por um motociclista militar treinado especificamente para o combate em qualquer terreno. Muitas ruas das comunidades ocupadas são tão estreitas que não permitem o acesso de viaturas convencionais, dificultando a boa execução das patrulhas. Neste contexto, estão sendo empregadas durante a Operação Arcanjo, 20 motocicletas dos modelos Yamaha Lander 250cc e Honda Tornado 300cc, muito úteis nas vielas apertadas da comunidade. Experientes e qualificados na formação de motociclistas militares no Exército Brasileiro, coube ao Pelotão Águia a formação destes homens através do Estágio de Motociclista Militar de Combate.
        O Estágio de Motociclista Militar de Combate habilita militares na execução de moto patrulhamento. Com duração de três semanas, o estágio leva os militares a circularem com as motos nos terrenos mais acidentados possíveis, carregando sempre o garupa que cumpre a função de atirador. O atirador, que também é motociclista, realiza tiros com a moto em movimento e simulando situações reais que possam ser encontradas em patrulha.
            Talvez nunca tenha passado peça cabeça de Gottlieb Daimler, criador da motocicleta movida a motor a gasolina em 1885, na Alemanha, que a motocicleta poderia se tornar uma eficiente ferramenta a ser empregada nos campos de batalha. O sucesso do invento era tamanho, que no início do século XX, era possível contar mais de 400 empresas do ramo em todo mundo, a maioria localizada na Inglaterra, produzindo motocicletas.

      Contar com os benefícios da motocicleta no campo de batalha não era privilégio dos americanos. Segundo pesquisas históricas, os alemães chegaram a operar 4000 motocicletas em combate. 
           Nos diversos teatros de operações da Primeira Guerra Mundial, as motocicletas mostraram todo o seu valor em missões de transporte de pessoal, transporte de mensagens e reconhecimento, tarefas antes realizadas por cavalos e bicicletas.
         Mais adiante, na Segunda Guerra Mundial, a vantagens do emprego das motocicletas ficou ainda mais evidente. Elas eram usadas largamente em missões de esclarecimento de terreno, alertas contra ataques aéreos, transmissões, evacuações, controle de transito e até mesmo apoio de fogo. 
       Muitas delas possuíam os sidecars adaptados com metralhadora, maca, mini- cozinhas e equipamentos de transmissão, de acordo com a missão a ser cumprida. Devido à paralisação das fábricas, o racionamento de combustível e algumas restrições de importação, somente a Harley-Davidson e a BMW mantiveram suas produções para atender aos países beligerantes.
          No dia 4 de fevereiro, foi realizada, no 1º Batalhão de Guardas “Batalhão do Imperador”, a formatura de encerramento do Estágio  de Motociclista Militar de Combate, que ofereceu diversas instruções como técnicas de pilotagem, de escolta, de patrulhamento, de abordagem e de tiro.
          O Estágio teve como objetivo formar os militares para atuarem na Operação Arcanjo II, no Complexo de favelas da Penha no Rio de Janeiro. O seu término contou com a presença do Chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Leste, General de Brigada Geraldo Antonio Miotto, e formou 31 motociclistas.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Progressão em mata fechada

Estamos prestes a realizar nosso jogo de aniversário, o que vai culminar com a inauguração do CT-LPL, Centro de Treinamentos Los Patos Loucos, o cenário é uma mata fechada com tudo que tem direito, vegetação rasteira, desnível de terreno, pouca visibilidade, e um riacho cortando a área de jogo, então resolvi fazer essa matéria com algumas dicas de progressão para quem for jogar em um cenário parecido…
Claude-François_Fortier_-_Floresta_virgem_do_Brasil
O ambiente
A primeira coisa que se nota nesse ambiente de combate é o silencio, a vegetação densa faz com que nenhum som entre ou saia da mata, esse silencio só é cortado pelo som que você faz, tudo gera uma reação em cadeia, se você pisa em um galho caído ele amassa uma dezena de folhas secas antes de se quebrar fazendo uma barulheira terrível, então a primeira dica é escolher bem o caminho antes de cada avanço, tentando passar pelo caminho mais”limpo” possível.
A segunda coisa que você percebe é a falta de movimento, assim como o som o vento também não entra, e da mesma forma cada movimento gera uma cascata de outros movimentos, se você afasta um galho que esteja te atrapalhando ele leva uma centena de pequenos outros galhos e folhas com ele, dando a impressão que você está sinalizando com um leque de folhas a cada pequeno movimento.
E a terceira coisa mais impactante é a falta de segurança, o chão é escorregadio, a mata oferece pouca proteção de barreira, a vegetação está sempre tentando te passar uma rasteira, deve ser daí que vem o nome hohoho, então 50 por cento de uma boa progressão em mata vem de escolher bem cada passo.
O Avanço
Existem várias formas de se avançar, mas eu vou me focar nas três mais simples, em linha em cunha e em fila, cada uma vai variar de acordo com o tipo de terreno, eu diria que se você estiver em uma parte plana o melhor avanço é em linha, se o terreno tiver algum desnível ou áreas onde a vegetação bloqueie a visão o avanço pode se dar em cunha, e se o terreno apresentar alguma peculiaridade como erosão ou um rio, o avanço se dará em fila.
Avanço em Linha
O avanço em linha permite uma boa visibilidade da área a frente, a linha deve ser feita com a distância necessária para que cada jogador possa ver os companheiros de ambos os lados, sem estar perto demais a ponto do adversário ver todos de uma vez e nem longe a ponto do adversário passar entre eles sem ser notado, o avanço se dá com cada um se movendo por vez, enquanto os outros fazem a cobertura, o primeiro avança enquanto os outros fazem a cobertura, assim que ele chegar ao ponto desejado ele faz uma avaliação da área e sinaliza para que o próximo avance enquanto ele e os outros fazem a cobertura, e assim por diante até que todos tenham avançado e seja a vez do primeiro novamente, essa forma de avanço é bem lenta uma vez que se movem um de cada vez, se houver contato com o adversário os jogadores da esquerda e direita do camarada sob fogo vão flanquear o adversário e os outros jogadores provêm cobertura, visando os outros adversários que tentem se juntar ao combate
linha1
linha2
linha3
Avanço em Cunha
Quando se avança dessa forma um jogador estará sempre a frente do grupo, ele deve ficar na posição privilegiada, supomos que a área de jogo seja uma área inclinada e quem está na posição mais alta vê a área a sua frente e um pouco abaixo, mas que está na parte baixa pode ver a frente e acima, então ele deve ser a ponta de lança e avançar primeiro, ele deve avançar, observar, e estando tudo ok sinalizar para o avanço do resto do grupo, caso haja contato com o adversário ele sinaliza para a execução da estratégia de combate, essa forma de avanço é mais rápida porém tudo depende do homem na ponta, se ele for o líder, vai poder fazer uma boa coordenação da ação, mas caso seja pego o time perde seu pilar de apoio, se ele for um jogador menos experiente pode não coordenar a estratégia de acordo, e levar o time pelo mal caminho.
cunha1
cunha2
Avanço em Fila
Essa forma de avanço é boa para seguir uma linha especifica do terreno, um caminho onde um ou ambos os lados estão bloqueados, como contornando uma rocha ou o fundo de uma erosão, o avanço segue o esquema usado no CQB, o primeiro da linha observa a frente, enquanto cada player escolhe uma área de cobertura, a única diferença é que no CQB todos avançam juntos, mas aqui é aconselhável que cada um se mova alternadamente, isso porque na mata as linhas e contornos se fundem e é grande a chance de um adversário ver apenas um dos players sem perceber os outros jogadores, e o oposto também é possível, e o player confundir a movimentação do adversário com seu próprio movimento, logo se cada um avança por vez, existe apenas um alvo em movimento enquanto os outros players podem observar a área de uma posição fixa.
fila
Autor: Rui Manuel Marques Andrade Revisão: 21 de Janeiro de 2014 1 Data: 15 de Junho de 2009 Técnicas de Progressão Progressão Horizontal Em muitas cavidades é possível realizar incursões mais ou menos longas progredindo somente com o auxílio dos pés e das mãos, utilizando os apoios disponíveis ao longo do percurso e dispensando outros equipamentos específicos. A progressão nestas condições deve decorrer percorrendo trilhos que evitem zonas sensíveis como áreas fortemente concrecionadas ou que contenham depósitos minerais, minimizando a degradação inútil das cavidades. Todas as visitas posteriores à exploração devem privilegiar a progressão pelos trilhos previamente utilizados. A progressão deve suceder-se seleccionando uma rota que evite desníveis, mesmo que para isso se tenha de efectuar desvios. É importante observar atentamente onde se colocam os pés, tendo atenção às irregularidades do terreno, procurando manter o ritmo e o equilíbrio durante a caminhada. Simultaneamente é importante ler antecipadamente a cavidade de forma a seleccionar o melhor itinerário. A observação destas recomendações é muito importante na gestão do esforço durante a exploração. É importante abordar cada obstáculo com sentido crítico, evitando perdas de energia ou exposição inútil a riscos. Com a acumulação de experiências o espeleólogo vai desenvolvendo capacidades nesse sentido, decidindo com cada vez maior rapidez e eficácia. Quando a secção das galerias e passagens se reduz ao nível de não nos permitir progredir caminhando, temos de adoptar outras posições geralmente mais atléticas e desconfortáveis. Dependendo das dimensões das passagens podemos ter de caminhar agachados, gatinhar ou mesmo rastejar. No limite ocorrem situações extremas que designamos por passagens estreitas. Passagens Estreitas Não raras vezes ocorrem estrangulamentos onde a secção das passagens se reduz consideravelmente. Podem constituir obstáculos temíveis que submetem o espeleólogo a situações de elevado stress e desconforto, obrigando a um difícil exercício de autocontrole. Pessoas inexperientes estão geralmente mais vulneráveis ao stress provocado pelas passagens estreitas, podendo no limite provocar o pânico. Dependendo da sua morfologia as passagens estreitas são comummente designadas por laminadores, gateiras, estreitezas ou entaladeiras. Em caso de exploração, a progressão de obstáculos desta natureza deve ser equacionada pela equipa, sendo normalmente entregue ao elemento de menor volume corporal. Estreitezas horizontais A estreiteza refere-se geralmente a um obstáculo pontual baixo e apertado. A sua passagem implica frequentemente a remoção do equipamento vertical, do gasómetro e mesmo do capacete. A abordagem a este tipo de obstáculos efectua-se posicionando um braço na frente enquanto que o outro permanece junto ao corpo, permitindo a diminuição da largura de ombros. Imagem 1 - Sala, DachsteinMammuthöhlen. Autor: Lukas Plan Imagem 2 – Estreiteza horizontal. Um braço na frente e o outro atrás, é a posição recomendada para a travessia deste género de obstáculos. Fonte: Manual de Espeleologia, Desnível Autor: Rui Manuel Marques Andrade Revisão: 21 de Janeiro de 2014 2 Data: 15 de Junho de 2009 A não ser que a passagem seja bem conhecida, o transporte de sacos deve efectuar-se com o auxílio dos colegas, passando e recebendo o saco em cada extremidade do obstáculo. Mais uma vez o controlo da calma e respiração constituem condições indispensáveis para ultrapassar as estreitezas. Pode acontecer que a passagem de uma estreiteza decorra em várias tentativas até que se encontre a posição mais favorável para o seu franqueamento. Estreiteza vertical Em estreitezas verticais deve evitar-se a sua abordagem de cabeça, na medida em que a necessidade de voltar atrás pode ser dificultada por acção da gravidade. Os pés devem ir na frente, tacteando a possível continuação e pontos de apoio. No caso de se suspeitar de um poço após a estreiteza, o espeleólogo deve ir obrigatoriamente encordado. À descida o saco deve ser transportado pendurado no arnês, enquanto que para subir deve estar pousado (acoplado à longe ou ao pedal) e posteriormente recuperado, permitindo ao espeleólogo resolver a passagem sem que o saco condicione os seus movimentos. Uma passagem inexplorada deve ser sempre abordada sem o saco. Rastejar Por vezes o tecto das passagens baixam ao ponto de a única forma de progredir se fazer rastejando. É uma forma de locomoção exaustiva, com a barriga de encontro ao solo, a cabeça virada e os braços em frente vamo-nos apoiando alternativamente nos cotovelos, joelhos e dedos dos pés, impulsionando o corpo para frente. O saco vai geralmente preso no arnês e é rebocado. Com os pés conseguimos desbloquear e encaminhar o saco na passagem. Canyons e Meandros As passagens em forma de canyons e meandros são geralmente altas e apertadas. A progressão pode ocorrer ao nível do chão ou a cotas mais altas caso exista circulação de água ou o chão se encontre inacessível por ser demasiado estreito. Quando a progressão ao nível do chão não é possível, por ser inacessível ou impraticável, tem de se procurar alternativas, progredindo num nível superior e aplicando o que se designam por técnicas de oposição. Técnicas de Oposição As técnicas de oposição aplicam-se em passagens cuja largura permite progredir utilizando ambas as paredes. Imagem 4 – Estreiteza Vertical Terra Cimeira (Serra de Sicó). Autor: Rui Pinheiro, NEUA Imagem 5 - Rastejamento, Gralhas 1. Autor: Sofia Reboleira Imagem 3 – Estreiteza horizontal, Algar do Terço (Casal Soeiro, Serra de Sicó). Autor: desconhecido Autor: Rui Manuel Marques Andrade Revisão: 21 de Janeiro de 2014 3 Data: 15 de Junho de 2009 A técnica mais utilizada e cómoda consiste em progredir com um pé e mão respectiva em cada parede, usufruindo de presas, saliências e parapeitos onde colocar pés e mãos. Esta é também conhecida como oposição em X. Devem ser tomadas especiais precauções no que respeita à solidez dos apoios e à presença de sedimentos que tornam as paredes escorregadias. Em passagens demasiado apertadas que não permitem uma deslocação frontal, o espeleólogo tem de se deslocar lateralmente, normalmente com o rabo e as costas apoiados numa parede e os pés ou mesmo os joelhos a empurrar a parede oposta. Esta técnica também é conhecida como técnica em K. Ambas as técnicas são muito úteis para efectuar descidas e escalar desníveis poupando tempo na equipagem dos obstáculos. Contudo, quando os desníveis representam uma ameaça séria para o espeleólogo, devem ser equipados de forma a minimizar o risco de uma eventual queda. Na progressão mediante técnicas de oposição o saco é geralmente transportado pendurado do arnês, sendo que por vezes poderá ser mais confortável ir pendurado num dos ombros. Rios, Cascatas, Lagos e Sifões A presença de água constitui um dos principais atractivos do mundo subterrâneo. A par do seu significado e beleza, a progressão no meio aquático representa também elevados riscos para os seus exploradores. As baixas temperaturas e o risco de hipotermia, o risco de afogamento e possibilidade de subidas súbitas do nível da água constituem variáveis a equacionar antes e durante a visita a uma cavidade. Sempre que não for possível evitar o contacto com a água, deve utilizar-se equipamento apropriado como fatos de neoprene ou pontonniere. A utilização de barcos insufláveis é também uma possibilidade, especialmente para lagos ou troços de maior profundidade. Progressão Vertical Fica no imaginário do espeleólogo as primeiras descidas aos abismos subterrâneos protagonizadas pelos pioneiros da espeleologia mundial. A necessidade de superar desníveis verticais durante a exploração de grutas proporcionou ao longo dos tempos várias soluções onde se empregavam escadas de madeira, cordas de cânhamo, escadas de Joly, sistemas de elevação mais ou menos mecanizados, etc. Se nas origens da espeleologia as soluções encontradas andavam muito ao sabor da disponibilidade de materiais e criatividade dos seus autores, actualmente as técnicas propostas evoluíram no Imagem 7 - Travessia de lagos (Gruta de Coventosa, Vale de Áson). Autor: Pedro Moreira, NEUA Imagem 6 - Oposição em X. Fonte: Alpine Caving Techniques, Speleo Projects Imagem 8 - Progresão vertical (Terra Cimeira, Serra de Sicó). Autor: Rita Lemos, GPS Autor: Rui Manuel Marques Andrade Revisão: 21 de Janeiro de 2014 4 Data: 15 de Junho de 2009 sentido da padronização dos materiais, equipamentos e respectivas técnicas. A utilização de cordas para vencer desníveis popularizou a técnica SRT “Single Rope Technique”, que essencialmente pela sua versatilidade constitui o principal meio de acesso a cavidades predominantemente verticais. Mesmo no domínio da técnica SRT, somos conscientes da diversidade de equipamentos e técnicas que podemos encontrar entre os praticantes de espeleologia em todo o mundo. É nesse sentido que este manual procura seleccionar o conjunto de técnicas que melhor favoreça o instruendo no processo de aprendizagem sem no entanto descurar a sua segurança. Privilegia-se a utilização de equipamentos sujeitos a normativa europeia e a aplicação das técnicas mais simples e seguras. Definitivamente é muito importante perceber que a sua prática obriga a uma formação e uma preparação adequada. A espeleologia vertical não deixa lugar a improvisos e representa sérios riscos para os seus praticantes. A leitura de um manual não capacita o seu leitor para a execução das técnicas descritas. Aproximação à cabeceira do poço Antes de se aceder directamente às verticais é normal efectuar-se um corrimão de acesso que protege o espeleólogo no acesso às zonas expostas. Logo que haja amarrações e corda o espeleólogo deve auto-segurar-se com a longe e progredir até à cabeceira do poço. Se a progressão for interrompida por pontos de amarração deve efectuar a transição transferindo à vez as pontas da longe para o segmento de corda seguinte. Em todo o momento deve encontrar-se pelo menos seguro numa das pontas da longe. Técnica de Rapel A técnica utilizada para se descer numa corda é conhecida por rapel. Na execução desta técnica utiliza-se descensores em simultâneo com um equipamento bloqueador. O descensor permite ao espeleólogo descer na corda de forma controlada ao passo que o bloqueador interrompe a progressão em caso de queda súbita resultado de um eventual descontrole da manobra de rapel. O descensor de roldanas constitui uma das opções que melhor se adaptam à actividade espeleológica. Deve ser instalado com um mosquetão directamente no maillon de cintura. 1. A corda deve ser instalada na corda de acordo com a imagem seguinte: Imagem 10 - Instalar a corda no descensor. Fonte: notícia técnica Simple, Petzl. 2. Retirar o máximo de folga possível da corda que separa o descensor do seu ponto de amarração. Imagem 9 - Aproximação à cabeceira de poço (Gruta de Coventosa, Vale de Áson). Autor: Pedro Moreira, NEUA Autor: Rui Manuel Marques Andrade Revisão: 21 de Janeiro de 2014 5 Data: 15 de Junho de 2009 3. Passar a corda pelo mosquetão de passagem e efectuar o nó de travamento. Imagem 11 – Montagem da corda no descensor com mosquetão de apoio. Fonte: Imagem 12 - Nó de travamento1 . Fonte: Manual de Espeleologia, Desnivel 4. O bloqueador utiliza-se na ponta da longe curta e deve ser instalado acima do descensor de acordo com a imagem: Imagem 13 – Montagem do bloqueador2 . Fonte: notícia técnica do Shunt, Petzl. 5. O utilizador deve certificar-se sempre que o descensor ficou bem fechado e que a corda se encontra correctamente instalada. 6. A mesma preocupação é válida para o bloqueador, devendo certificar-se que este se encontra bem instalado. 7. O espeleólogo pode remover as longes, ficando suspenso no descensor. 8. Remover o nó de travamento, segurando a ponta de corda solta com a mão direita. 9. Com a mão esquerda pinça o bloqueador entre o indicador e o polegar que deve acompanhar a descida. 1 A imagem 12 pretende ilustrar somente a execução do nó de travamento do descensor. O mosquetão de apoio ao rapel deverá ser montado como tal como se ilustra na imagem 11 2 a montagem da imagem ocorre na corda em duplo, ao passo que no nosso caso essa montagem será na corda em simples (apenas uma corda passa no bloqueador) Autor: Rui Manuel Marques Andrade Revisão: 21 de Janeiro de 2014 6 Data: 15 de Junho de 2009 10. Com a mão direita vai deixando correr a corda controlando a velocidade da descida. A velocidade de descida também pode ser controlada elevando a corda com a mão direita e aumentando a fricção no mosquetão de passagem. 11. Em rapeis suspensos progredimos na posição de sentado com o tronco paralelo à corda e as pernas pendentes. 12. Em rapeis junto à parede as pernas fazem 90º com o tronco, ligeiramente flectidas e abertas para manter a estabilidade. Durante a progressão é como se caminhássemos na parede. 13. A manobra deve ser suave e sem interrupções súbitas. 14. Grandes verticais aquecem o descensor, podendo queimar a bainha da corda e o seu utilizador se não usar luvas. 15. A qualquer momento o espeleólogo pode interromper a sua descida executando um nó de bloqueio no descensor. Passar um fraccionamento Por vezes as cordas que equipam uma vertical encontram-se fraccionadas, isto é, não vão directamente ao fundo dos poços, efectuando amarrações intermédias. Nestes casos a progressão também é interrompida, procedendo-se da seguinte forma: 1. Abrandar e parar ao chegar ao nível do ponto de amarração que equipa o fraccionamento (passo 1 da imagem 14). 2. Auto-segurar-se no fraccionamento com a ponta livre da longe e continuar a descer até ficar suspenso na longe (passo 1 e 2 da imagem 14). 3. Remover e instalar o descensor na corda abaixo do fraccionamento. Retirar toda a folga de corda possível entre o descensor e o fraccionamento. Efectuar o nó de travamento (passo 3 da imagem 14). 4. Remover e instalar o bloqueador acima do descensor. 5. Remover o auto-seguro elevando o corpo com a mão direita e abrindo o mosquetão da longe com a esquerda. Controlar a descida suavemente até o corpo ficar no suspenso no descensor. No caso de fraccionamentos suspensos onde não é possível o apoio da parede, pode usar-se o pedal para auxiliar na manobra de remoção da longe (passo 4 da imagem 14). 6. Remover o nó de travamento e prosseguir a descida (passo 5 da imagem 14). Imagem 14 - Técnica de Rapel. A mão direita controla a corda enquanto a esquerda tracciona o bloqueador (Terra Cimeira, Serra de Sicó). Autor: Rui Pinheiro, NEUA Autor: Rui Manuel Marques Andrade Revisão: 21 de Janeiro de 2014 7 Data: 15 de Junho de 2009 Imagem 15 – Sequência de passos para passagem de um fraccionamento durante o rapel. Fonte: Catálogo da Petzl 20093 Sempre que ultrapassamos um fraccionamento ou chegamos à base de um poço, e logo após a remoção do equipamento, devemos advertir o colega que nos precede que a via se encontra desimpedida gritando: “Corda Livre”. Passar um nó a meio da corda Por vezes sucede que a corda tem comprimento insuficiente para chegar à base do poço, obrigando à união de duas cordas. Nestas condições obtemos um nó a meio da vertical que obriga à interrupção do rapel. Nestes casos teremos de proceder do seguinte modo: 1. Descer tão próximo quanto possível do nó e efectuar o nó de travamento. 2. Instalar o punho na corda, mantendo a longe livre acoplada ao punho. 3. Elevar o corpo no punho e instalar o bloqueador ventral. 4. Remover e reinstalar o descensor e o bloqueador abaixo e o mais próximo possível do nó. 5. Remover o bloqueador ventral e descer suavemente até ficar suspenso no descensor. 6. Remover o punho da corda. 7. Desbloquear o descensor e prosseguir na descida. Passar um desviador Os desviadores são equipagens que permitem corrigir o percurso efectuado pela corda, evitando obstáculos e pontos de roçamento das cordas. 1. Parar a progressão ao nível do desviador, efectuando o nó de travamento se necessário. 3 Imagem adaptada à progressão com descensor auto-bloqueante. A par dos movimentos ilustrados o formando tem ainda de remover e instalar o bloqueador adicional. Autor: Rui Manuel Marques Andrade Revisão: 21 de Janeiro de 2014 8 Data: 15 de Junho de 2009 2. Se for possível alcançar a parede oposta ao desviador, empurrar com os pés, folgando o desviador. Nestas condições é possível a sua remoção e reinstalação acima do bloqueador. 3. Desbloquear o descensor e prosseguir a descida. 4. Quando não é possível alcançar a parede oposta ao desviador, devemos instalar a longe no desviador prevenindo a sua eventual perca. 5. No caso anterior folgar, remover e instalar o desviador é apenas possível à força de braços. Jumar Jumar é a designação comum da manobra de ascensão através de uma corda utilizando equipamentos bloqueadores para o efeito. Nesta técnica utiliza-se um dos bloqueadores fixo na ponta da longe comprida e ao qual se acopla um pedal (também designado de punho), ao passo que um segundo bloqueador se encontra fixo directamente no maillon do arnês e no arnês de peito, mantendo uma posição vertical. 1. Posicionar o punho o mais acima possível, agarrando-o com as duas mãos. 2. Ao mesmo tempo que se posiciona o punho o pé direito acompanha a subida do pedal acoplado no punho. 3. Com a perna flectida e posicionada debaixo do rabo levantamo-nos no pedal, fazendo correr o bloqueador ventral na corda. 4. Durante o movimento anterior com a ajuda dos braços deve-se manter o corpo e a cabeça alinhado com a corda. Este movimento deve contar essencialmente com a força das pernas, minimizando o esforço dos braços. 5. Uma vez as pernas esticadas sentamo-nos e ficamos suspensos no bloqueador ventral. Nos primeiros metros de corda pode acontecer que não exista corda em quantidade suficiente entre o bloqueador ventral e o chão. No momento de elevação no pedal, esta em vez de correr no bloqueador é puxada criando uma folga entre os 2 bloqueadores. Nesta situação poder-se-á recuperar a corda por debaixo do bloqueador ventral com a mão direita, ao mesmo tempo que elevamos o corpo no pedal. Esta manobra pode ser esgotante, sendo preferível optar por uma das sugestões: trilhar a corda entre as duas botas ou trilhar a corda entre a bota e o pedal. O rendimento desta técnica depende muito do bom ajustamento do equipamento, nomeadamente do pedal e do arnês de peito. Imagem 17 - Manobra de Jumar recuperando corda com a mão direira (Sra da Estrela, Redinha). Autor: Rui Pinheiro, NEUA Imagem 16 – Posição de elevação do corpo. Fonte: Alpine Caving Techniques, Speleo Projects Autor: Rui Manuel Marques Andrade Revisão: 21 de Janeiro de 2014 9 Data: 15 de Junho de 2009 Para aferir por exemplo acerca do correcto comprimento do pedal deve-se prender o pedal no pé e estica-lo com o punho instalado. Nesta posição a base do punho deve encontrar-se a cerca de 2 a 3cm acima do bloqueador ventral. O torse por sua vez, deve encontrar-se apertado de maneira a que o seu utilizador não consiga manter as costas direitas quando se encontra de pé, antes de se pendurar. Passar um fraccionamento Durante a progressão ascendente é relativamente fácil passar um fraccionamento, devendo observar-se os seguintes passos: 1. Elevar o punho até cerca de 2 a 3 cm abaixo do nó. 2. Auto-segurar-se no fraccionamento com a longe curta (passo 1 da imagem 18). 3. Levantar o corpo no pedal desbloqueando e removendo a corda do bloqueador ventral (passo 2 da imagem 18). 4. Instalar a corda de cima no bloqueador ventral e recuperar o máximo de corda retirando-lhe elasticidade (passo 3 da imagem 18). 5. Remover e instalar o punho na corda de cima (passo 4 da imagem 18). 6. Iniciar a técnica de subida, recuperando a corda debaixo do bloqueador ventral. 7. Remover a longe logo que esta perca a tensão. 8. Gritar: “Corda Livre” Imagem 19 – Sequência de passos para passagem de um fraccionamento a Jumar. Fonte: Catálogo da Petzl 2009 Passar um desviador 1. Efectuar a aproximação ao desviador, empurrando o mosquetão para cima. 2. Para ao nível do ponto de amarração que sujeita o desviador. 3. Empurrar com a parede com os pés, folgando o desviador. 4. Remover o mosquetão e reinstala-lo na corda abaixo do bloqueador ventral. Imagem 18 – Ajuste da medida do pedal. Fonte: Catálogo da Petzl 2009 Autor: Rui Manuel Marques Andrade Revisão: 21 de Janeiro de 2014 10 Data: 15 de Junho de 2009 Passar um nó a meio da corda À semelhança da passagem de fraccionamentos, passar por um nó é também uma manobra relativamente simples: 1. Aproximar o punho do nó, deixando um intervalo de 2-3cm. 2. Auto-segurar-se com a ponta livre da longe à argola disponível no nó. 3. Remover o punho e instalá-lo acima do nó, prevendo espaço para a instalação do bloqueador ventral abaixo. 4. Elevar-se no pedal transferindo o bloqueador ventral para o segmento de corda acima do nó. Inversões A inversão consiste na manobra de alteração da técnica de rapel para a técnica de jumar ou vice-versa. Esta necessidade surge sempre que é necessário inverter o sentido da progressão. Inversão Rapel – Jumar 1. Parar a progressão e efectuar o nó de travamento. 2. Instalar o punho com o pedal fixo na ponta da longe acima do bloqueador. 3. Elevar o corpo no pedal e instalar o bloqueador ventral. 4. Remover o descensor e o bloqueador. Inversão Jumar – Rapel 1. Instalar o descensor o mais próximo possível do bloqueador ventral, efectuar o nó de travamento. 2. Instalar o bloqueador entre o bloqueador ventral e o punho. 3. Elevar o corpo no pedal e soltar o bloqueador ventral. 4. Descer suavemente até ficar suspenso no descensor. 5. Remover o punho da corda. 6. Remover o nó de travamento e iniciar a descida. 
SERGIO DE MELLO QUEIROZ TIRO EMBARCADO EM AERONAVE BRASIL 2016 O GRAER é uma Unidade Policial Militar subordinada diretamente ao Comando de Operações Especiais e hoje possui duas aeronaves e um efetivo composto de oficiais e praças extremamente especializados. O GRAER uma das unidades da PMGO e como o próprio Maj RM disse em sua preleção matinal que antecedeu a instrução, é uma Unidade Militar “Especializada e Especial”, e por isso se destaca entre os grupamentos aéreos do país, pois forma PPMM (policiais militares) de outras corporações policiais militares de outros Estados e também de outras forças. Visão frontal do Galpão do GRAER. Pela manhã o Comandante do GRAER fez uma briefing, ou preleção – como prefiro dizer, com a tropa explicando como se desenvolveria a instrução daquele dia, quais os objetivos e fazendo algumas observações importantes como as regras de segurança e a atenção dos participantes, que deve ser redobrada durante os exercícios. Preleção matinal. Após a preleção deslocamos para o local da instrução, uma fazenda fora do perímetro urbano de Goiânia, isso pois o espaço para a realização desse tipo de instrução deve ser muito grande. O local utilizado foi perfeito, pois havia também linhas de tiro onde pudemos fazer as duas partes da instrução. Esse vídeo mostra a chegada dos instrutores e do aluno convidado – eu, ao local da instrução. A instrução se dividiu em duas partes bem distintas. A primeira com o tiro em solo onde os PPMM realizaram tiro estático em uma linha de tiro, com os alvos à frente, com o objetivo de relembrar aos participantes os fundamentos do tiro e manuseio com os fuzis a serem usados na instrução. Essa parte foi muito importante pois deixou bem claro o nível de conhecimento técnico do GRAER. Os participantes realizaram os disparos com ótimo aproveitamento, não apenas em seus acertos, mas também no que diz respeito ao manuseio com os fuzis. Foto de nosso amigo Mineirinho. As armas usadas na instrução foram o fuzil FAL IMBEL calibre 7,62x51mm, carabina XM15 BUSHMASTER e carabima MD97 IMBEL, ambas no calibre 5,56x45mm. Tanto o FAL quanto o XM15, este que não se confunde com AR15 da COLT, funcionaram bem e sem panes, porém, a carabina MD97 – como sempre, apresentou várias falhas de funcionamento e panes. E todas as armas foram manutenidas antes da instrução, assim não há o que se falar em sujeira nas armas. Quanto as munições foram usadas a tida como padrão da Corporação e originais de fábrica. Depois de superada a parte inicial foi feito outra prelação sobre a instrução de tiro que aconteceria embarcado na aeronave, sobre as normas de segurança, os objetivos do treinamento e sobre o desenvolvimento da instrução propriamente dita. O tiro embarcado em aeronave não é dos mais fáceis de serem realizados. Como qualquer tiro em movimento, ele exige do operador uma destreza muito grande e um nível de treinamento considerável. Em especial o tiro feito dentro de um helicóptero em movimento, em alvos estáticos ou em movimento também é de extrema dificuldade. Além da velocidade do helicóptero, que, quando devagar, está a cerca de 80 KM/h, o ângulo de tiro que para mim é inusitado – atirando para baixo, o forte balanço da aeronave, a altura e o fato de estar dependurado por um cabo no trem de pouso da aeronave e principalmente o fato de que se houver um disparo na angulação errada você pode derrubar o helicóptero, tudo isso torna o tiro um pouco tenso, mas logo a tensão é superada e o prazer, que é natural do tiro, aparece. O tiro embarcado deve ser realizado com muito cuidado e sempre comandando (teoricamente) por outro tripulante, pois um disparo no rotor de calda, nas hélices que estão acima, ou na própria estrutura da aeronave representa queda, principalmente quando falamos do rotor de calda. Por isso a angulação e a direção do cano das armas deve ser assistido por um terceiro tripulante, pois o stress do atirador em situações de uso em operações, pode levá-lo a distração e a quebra do ângulo de tiro, que seria fatal. Exceto eu que era um estranho no ninho dos falcões, todos os outros PPMM são pilotos atuantes ou tripulantes habilitados através de um curso muito rígido de formação e todos PPMM pertencem ao GRAER e lá trabalham todos os dias, assim estão acostumados com a altura e com o balanço da aeronave. No meu caso os vôos que havia feito antes foram vôos panorâmicos, vôos “cobra morta” como chamamos por aqui. Confesso que estar preso por um cabo, sentado na borda do assoalho, com os pés nos esquis não foi fácil. Quando a aeronave subiu meu corpo naturalmente pediu o solo, mas rapidamente consegui me situar a me posicionar para realizar os disparos. O tripulante deve estar com seu equipamento de proteção individual (EPI) completo e armado de fuzil de assalto e pistola carregada e acondicionada no coldre e ligada ao cinto por um fiel. A arma portátil, o fuzil, deverá estar alimentada apenas, isto é, sem munição na câmara e com o seletor de tiro na posição de tiro intermitente e deve ter também uma bandoleira. O fuzil é colocado desse forma seguindo padronização de nossa Corporação, a PMGO, que ensina que as armas longas, seja ela qual for e em que situação estiver, devem ser conduzidas sem munição na câmara e somente podem ser carregadas no momento do seu uso. Outras instituições policiais, como o DPF por exemplo, levam suas armas de maneira diferente, conduzindo-as carregadas e travadas, já com munição na câmara e para usa-la basta destravar o mecanismo de segurança e acionar o gatilho do fuzil. Esse importante detalhe é escolhido pensando-se no nível de treinamento dos operadores – penso eu, e também considerando-se a arma a ser usada. No caso da PM armas fabricadas pela IMBEL, no caso do DPF o fuzil G36 da HK. É até covardia comparar essas duas armas. Digo isso pois confio muito mais no sistema de segurança de um G36 do que no da MD97. As travas de segurança e a probabilidade de disparos no caso de choques ou quedas no G36 é muito menor, já as carabinas MD97 não me expiram tanta confiança. Quem trabalhou na Força Nacional sabe a fama dessas carabinas. O MD97 estava disparando ao se realizar o golpe de segurança para carregá- las, somente depois que o Ten Cel Flecha, da PMGO, fez um relatório fundamentado relatando a grave falha que a IMBEL decidiu consertar as armas, mas um conserto “meia boca”, só um paliativo. Se estivéssemos num país sério o projeto todo deveria ser mudado ou a arma seria recolhida. A bandoleira é um caso a parte. Só quem tem o hábito de trabalhar com o fuzil no ombro todos os dias que sabe o quanto é importante uma boa bandoleira. Ela deve ser de uso particular do atirador e fica a cargo dele escolher uma bandoleira de um, dois ou três pontos. O que deve considerado é que ela deve ser ajustada antes de se entrar na aeronave e deve possibilitar o tiro com as duas empunhaduras, ou seja, braço forte e braço fraco. Embarcado, já em voo, no momento do tiro, não é o local adequado para descobrir que sua bandoleira está curta e mal regulada. Como todo o serviço policial, lá em cima o que acontece é vida ou morte! Existem fuzis que possuem coletores de capsulas ou que possuem defletores para mudar a trajetória das cápsulas deflagradas, objetivando que eles não atinjam os pilotos ou outros tripulantes, pois elas estão muitos quentes e são expelidas em uma velocidade considerável. Falcão 02 da PMGO. A posição de tiro dentro na aeronave ou sobre o trem de pouso varia de acordo com o modelo do helicóptero, principalmente o tiro que é feito em seu interior. Nesta instrução foi usado o helicóptero COALA, mas a PMGO possui também outro helicóptero, o ESQUILO e o interior destas duas aeronaves são diferentes. Sendo que o primeiro possui o assoalho mais aprofundado que as bordas laterais, já o Esquilo é de outra forma. A maneira de atirar deve ser a mais segura e confortável possível. No momento do tiro, lembre-se mais da segurança do que do conforto, essa premissa nunca pode ser esquecida. O tiro pode ser feito com dois atiradores em um dos lados ou apenas com um atirador de cada lado, sentados com os pés apoiados no trem de pouso e sempre devem estar ancorados através de um cabo de segurança. Aqui entra a diferença de modelos de aeronave. Algumas aeronaves possuem um banco traseiro que possibilita o tiro sentado nele e outras não o possuem ou não é possível atirar sentado dele, mas sim sentado no assoalho do helicóptero, com as duas pernas para fora ou com uma delas para dentro e a outra no esqui, ajudando no apoio e evitando que a arma vacile muito, o que dificultaria muito a precisão do tiro. Existem princípios, que não são básicos, que devem ser seguidos rigorosamente, quando realizamos o tiro em aeronave. Como o objetivo dessa publicação não é de maneira alguma esgotar o assunto, falarei de maneira breve sobre esses princípios, seguindo a doutrina difundida e usada pelo GRAER da PMGO, pensando sempre na padronização de procedimentos como ferramenta fundamental para o bom cumprimento de qualquer missão. Além das regras e observações habituais empregadas ao tiro policial e nas instruções com armas de fogo, devemos considerar questões importantes como: “quando atirar”, “quando usar a força letal” e o “triângulo do tiro”. Esses conceitos ajudam ao operador a realizar um tiro consciente e responsável, pois o uso de fuzis dentro do perímetro urbano deve ser meticulosamente medido, principalmente se disparado de uma aeronave, que amplia em muito o poder de alcance de seus projéteis. O tripulante da aeronave ao embarcar deve estar com EPI completo e já armado de fuzil e pistola. Pistola carregada e fuzil apenas alimentado, como já debatido. E todas as duas armas devem estar ligadas ao corpo do operador, a pistola por um fiel confiável e o fuzil por uma bandoleira. As posições de tiro devem ser adotadas considerando-se o modelo da aeronave, a posição do alvo em relação à aeronave e o atirador, as ordens do Tripulante operacional, mas em regra o tiro em aeronaves e feito com os dois pés no esqui do helicóptero, devidamente ancorado através de um cabo de segurança. A foto adiante mostra a posição de tiro mais usada em operações reais e em instruções. Essa outra mostra quatro atiradores postados nos esquis da aeronave, dois de cada lado, quantidade de operadores que exige atenção redobrada, como a frente comentaremos. Nessa posição o atirador esta sentado no assoalho da aeronave, em observação e pronto para utilizar sua arma de fogo, posição mais confortável, porém, perde um pouco de mobilidade. Nessa outra foto o operador está com uma das pernas para dentro na aeronave. Essa posição não é muito convencional e não muito usada, mas dá ao atirador muita firmeza no momento do disparo, mas ela é um tanto desconfortável. Seja qual for a posição adotada ou qual seja o modelo de aeronave o controle do cano do fuzil dever ser meticulosamente observado, e todos os manuseios devem ser feitos para uma direção segura, isto é, fora da aeronave e todos os procedimentos devem ser reportados ao 2º piloto. No caso de dois tripulantes operacionais do mesmo lado, o campo de tiro é divido, ficando 180º para cada tripulante, sendo que o da esquerda é responsável pela linha de tiro compreendida do centro para a retaguarda, cabendo a ele uma amplitude de 90º para realizar seu disparos. Já o tripulante de direita cabe a linha de tiro do centro para a proa do helicóptero. Sem dúvida a posição mais comum e mais usada é em pé no esqui da aeronave, isso pois da maior mobilidade para o operador, é uma postura mais confortável, tem um impacto psicológico muito grande devido a sua ostensividade e a grande demostração de força e, caso a arma não possua coletor de estojos ou defletor, a possibilidade de um cartucho ser lançado para dentro da cabine é bem menor. Esse vídeo mostra a visão interna do exercício de tiro realizado na ocasião da instrução. Lembrando que as armas estão apenas alimentadas, sem munição na câmara, sempre que houver a necessidade de carregar as armas, previamente isso deve ser solicitado ao 2º piloto – Comandante de Operações, e este procedimento deve ser feito, como já dito, com o cano direcionado para fora da aeronave. Após o operador carregar a arma deve verbalizar “ARMA CARREGADA” e a partir de então o controle do cano deve ser redobrado e o princípio do “dedo fora do gatilho” deve ser sempre seguido. Visão interna dos disparos. O exercício de tiro foi feito em balões coloridos que estavam ao solo, pois cada atirador só podia atirar na cor que era a ele previamente designada. Isso para desenvolver o controle emocional do atirador, pois lá de cima, ele não pode atirar sem critérios, deve escolher os alvos com cuidado. O fato de ter que escolher uma certa cor nos balões no solo ajuda a desenvolver a atenção e o controle emocional do atirador. O helicóptero fazia um voo dando o flanco direito, para que o atirador da direita pude-se atirar e após uma passada dava o flanco esquerdo para que o atirador da esquerda atirasse. Primeiro em linha reta e em movimento, depois girando para a esquerda e para a direita e por ultimo pairando. O Fiel era o tripulante que dava a ordem de tiro e observava os disparos, controlando a linha de tiro dos operadores e a segurança dos disparos. Os disparos devem ser solicitados ao 1º Piloto – Comandante da Aeronave, e somente após a autorização deste que o operador pode realizá-los, exceto em casos de perigo eminente ou de ataque repentino contra o helicóptero, onde o operador deverá responder de imediato e informar ao 2º Piloto o ocorrido e os resultados. A literatura especializada indica que ao usarmos armas que não possuem coletor de capsulas, deve-se voltar a janela de ejeção das armas para baixo, considerando-se a possibilidade de uma cápsula atingir o rotor principal, mas a prática mostrou que isso é difícil de acontecer, principalmente se a aeronave for um Coala, que produz um jato de ar muito forte, assim, as capsulas não conseguem subir para chocaram-se contra o rotor, mas o ideal é que as armas tenham o coletor de capsulas. A princípio os disparos devem começar a partir do pairado da aeronave e o 2º Piloto deve manter o Comandante da aeronave sempre informado de toda a ação. Após o término dos disparos as armas devem ser travadas e o operador deve verbalizar ao 2º Piloto “ARMA TRAVADA” ou “ARMA EM SEGURANÇA”, conforme padronização prévia. O comandante do GRAER a direita e o autor a esquerda. Considerando que a arma está carregada, a munição só deve ser retirada da câmara após a aeronave estar em solo e em local seguro, de preferência em uma caixa de areia. Na necessidade de fazer a recarga da arma o operador deve verbalizar “RECARGA”, e procedê-la. Para sanar panes ou incidentes de tiro o operador verbaliza “PANE” e resolver a pane de maneira segura. Sempre que a aeronave estiver fazendo curvas para a direita ou para a esquerda a atenção deve ser aumentada, pois a possibilidade de haver um disparo na estrutura da aeronave é aumentado, podendo acertar as pás ou o rotor principal. A velocidade da aeronave deve ser observada pelo piloto, pois é muito difícil de certar os disparos em uma velocidade média, nem comentamos em uma velocidade um pouco maior. Assim, a velocidade deve sempre baixa para que se tenha um bom aproveitamento. Quanto ao calibre das armas utilizadas para o tiro embarcado, considero que o calibre ideal seja o 7,62x51mm, pois as distâncias dos disparos, quando a aeronave está muito baixa é em torno de 80 metros, podendo chegar a cerca de 200 metros, uma distância grande para a utilização dos calibres 7,62x39mm 5,56x45mm. Mas veja que falei de condições ideais, nada impede que se use o calibre 5,56, inclusive, nesta instrução foi usado o 7,62 e o 5,56. Um problema que deve ser destacado quanto ao uso do calibre 7,62 em área urbana é sobre o grande poder de transfixação e de transmissão de energia que esse calibre possui, o que pode acarretar em resultados não esperados, atingindo alvos não desejados. Mas a questão do uso de fuzis dentro de áreas urbanas é um assunto polêmico e não é objeto dessa publicação. Um momento que exige muita atenção de toda equipe é o abastecimento da aeronave, pois existe a possibilidade real de incêndios. Todos se mobilizam no momento do abastecimento e seguem um ritual extremamente metódico. Momentos como esses que deixa bem claro todo o profissionalismo dos PPMM do GRAER, pois, mesmo sendo um momento tenso, pois a aeronave não é desligada, os PPMM fizeram com o maior profissionalismo possível e com a maior naturalidade, sinônimo de um alto nível de treinamento. Durante todo o voo é muito importante que as informações sejam repassadas, compartilhadas e reportadas a quem de direito, isso reduz a possibilidade de surpresas desagradáveis. Tudo que aqui foi explanado deve ser integrado à extensa doutrina que envolve o emprego de aeronaves em ações táticas e ações policiais. É algo muito perigoso o emprego desse tipo de aeronave em ações policiais, porém, os resultados benéficos, a velocidade das ações, o impacto psicológico, dentre outros fatores, que o helicodícero proporciona, recompensa todas as adversidades e perigos do voo policial em helicópteros.